Limite de barulho no trabalho: o que você precisa saber sobre isso?

Limite de barulho no trabalho: o que você precisa saber sobre isso?

 

Limite de barulho no trabalho é um tema que compete à saúde ocupacional. Afinal, ficar exposto a ruídos constantes pode causar uma série de problemas e doenças, levando, até mesmo, a perda de audição.

Por isso, quem trabalha em ambientes muito ruidosos ou possui uma empresa com excesso de barulho, precisa entender o que diz a legislação trabalhista sobre o tema e também as normas reguladoras, evitando se prejudicar.

Quer entender melhor sobre o tema? Continue a leitura!

 

O que acontece com o trabalhador quando o limite de barulho é superado?

Ficar exposto continuamente a um ambiente com muito ruído pode causar sérios danos à saúde. Diversos estudos têm mostrado que o nosso organismo pode reagir de maneira diferenciada a essa exposição contínua e prolongada, liberando doses extras de hormônios e também afetando a nossa imunidade.

Em um primeiro momento, os sinais de problemas começam com a alteração do humor. As pessoas tendem a ficar mais irritadas e agressivas, além de terem mais dificuldades para dormir e apresentarem insônia.

Se a exposição ao ruído continuar, é possível desenvolver outros problemas, como crises de ansiedade, úlceras estomacais, alterações digestivas, hipertensão arterial, cefaleia, alterações cardíacas, asma e também falta de atenção e concentração.

 

Perda de Audição?

Esses dois últimos, quando são constantes, podem acarretar em um aumento no número de acidentes de trabalho, algo capaz de comprometer a segurança de todos dentro da empresa.

Além de todos esses pontos, não se atentar ao limite de barulho também provoca alterações auditivas, sendo a mais grave a perda de audição. Ela pode ser dividida em 3 possibilidades: mudança temporária no limiar auditivo, trauma acústico ou perda induzida por ruído.

A primeira se configura como uma perda auditiva temporária ou como a fadiga auditiva – é um efeito passageiro, com tempo limitado e que dependerá da suscetibilidade do indivíduo, do tempo de exposição, da intensidade e da frequência do ruído.

 

O Trauma

Já o trauma acústico acontece quando somos expostos, uma única vez, a um nível de ruído muito alto, especialmente ruídos causados por impactos ou impulsos, como fogos de artifício, tiros e outros.

Em geral, essa perda auditiva é grave já que está relacionada à lesões mecânicas irreversíveis à cóclea, e pode acontecer apenas em um ouvido ou nos dois.

Por último temos a perda induzida por ruído, quando somos expostos continuamente a ruídos. Esse é um problema que não causa dor e acontece de forma gradual, sendo que os primeiros sinais são praticamente imperceptíveis, com pequenos zumbidos como a principal queixa.

 

O que diz a legislação sobre o limite de barulho e quais os direitos dos trabalhadores?

Como o limite de barulho é um assunto importante – e se não for observado pode causar danos à saúde do trabalhador, existem leis e normas que regulam a questão.

De acordo com a legislação trabalhista, o trabalho com exposição ao ruído, para fins previdenciários, é considerado especial quando ultrapassa os 85 decibéis (desde a nova regulamentação de 2003).

Ainda que a exposição à ruídos de até 85 decibéis durante as 8 horas de trabalho não cause danos à saúde do trabalhador, o barulho acima de 65 decibéis já causa dificuldades de conversação e de concentração – o que pode provocar o aumento dos erros e a redução do desempenho.

Então, dependendo da atividade desempenhada, o limite de barulho no trabalho deverá ser analisado com ainda mais cautela.

 

A Concentração

Se o trabalhador desempenha uma atividade da qual necessita de muita concentração, velocidade ou precisão de movimentos, por exemplo, os ruídos intensos podem atrapalhar a execução do trabalho e se eles forem presentes por mais de 2 horas podem causar a interrupção forçada da tarefa e prejudicar a memória de curta duração.

No caso de trabalhadores expostos a locais com ruídos superiores a 85 decibéis, mesmo com a presença dos Equipamentos de Proteção Individual, há a possibilidade de pleitear a aposentadoria especial. O Supremo Tribunal Federal (STF) entende que, mesmo com o uso dos protetores de ouvido e com os itens de redução de ruído, existe o risco de esses ruídos causarem danos à saúde do trabalhador.

 

Como evitar essa situação?

Para não sofrer com sanções trabalhistas e nem colocar os colaboradores em risco, é importante que os empresários se conscientizem quanto à questão do limite do barulho.

Como dissemos, mesmo os ruídos dentro do limite aceitável podem ser prejudiciais, dependendo da tarefa exercida, causando queda de produtividade, erros e retrabalhos, que também se configuram com perdas financeiras.

Por isso, o primeiro passo é verificar, exatamente, qual é o nível de ruído no ambiente de trabalho – e por quanto tempo seus funcionários são expostos a ele. Depois, será preciso identificar as fontes desses barulhos e entender o que é possível fazer para diminuí-lo ou evitá-lo.

 

Existem algumas formas de controlar o barulho no ambiente de trabalho, como:

Controlar a fonte do ruído

Ou seja, modificar ou excluir a mesma – é uma medida mais complexa, já que em ambientes fabris dificilmente se poderá substituir ou eliminar determinada máquina, por exemplo;

Controlar a trajetória do ruído

Usando barreiras ou confinamentos que evitem que parte dos ruídos seja propagada. A eficiência desta solução depende, basicamente, da qualidade do material isolante e absorvente;

Controlar a equipe ou o receptor do ruído

Usando os equipamentos de proteção individual (EPI) quando é impossível controlar o ruído na fonte ou na trajetória, ou quando, mesmo com as medidas de controle, o ruído ainda ultrapassa o limite aceitável;

Utilizar medidas administrativas para reduzir a exposição ao ruído

Como mudança de rotina (reduzindo o tempo dos trabalhadores nas áreas de maior ruído), realizar rodízio de pessoal nas operações mais ruidosas ou alterar o horário das execuções das tarefas específicas que produzem alto nível de ruído e grande número de expostos.

 

Conclusão

Assim, é importante que as empresas consigam ir além do que oferecer os equipamentos de proteção aos funcionários. Na verdade, essa não deve ser encarada como uma medida fim dentro da segurança, mas sim uma medida meio, que visa complementar as outras soluções para reduzir o nível de ruído.

Como você viu, ficar atento ao limite de barulho no trabalho é algo de suma importância. Afinal, se a exposição for frequente e constante é possível ter vários problemas, desde questões de saúde, incluindo a perda auditiva, como falta de concentração, aumento dos acidentes de trabalho, queda da qualidade produtiva, retrabalhos e outros.

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