Excesso de barulho: quais males à saúde ele pode causar?

Excesso de barulho: quais males à saúde ele pode causar?

Excesso de barulho: quais males à saúde ele pode causar?

O tempo todo estamos expostos a inúmeros ruídos: em casa, na rua e também no ambiente de trabalho. Mais do que um incômodo ligeiro, contudo, o excesso de barulho é capaz de prejudicar a saúde das pessoas – e por isso é um tema bastante estudado, principalmente nos locais de trabalho.

Apesar de todas as mudanças que a tecnologia trouxe nas relações trabalhistas, infelizmente os barulhos e ruídos excessivos ainda se mantêm em algumas indústrias e outros ambientes corporativos.

Quer entender melhor como essa condição pode ser prejudicial para a sua saúde? Continue a leitura!

Excesso de barulho e o funcionamento do cérebro

Algumas pesquisas têm demonstrado que o limite aceitável pelo cérebro humano de barulho varia entre 51 e 65 decibéis (dB). Acima disso, já estamos expostos a problemas, como a redução da capacidade de concentração e de produção intelectual.

Se os níveis ficam entre 65 a 70 decibéis, os problemas começam a afetar a nossa resistência imunológica e há um aumento dos níveis de colesterol do sangue. A partir dos 70 decibéis, existe um risco aumentado de contrair infecções e até de infarto.

Os estudiosos já notaram que há uma clara ligação entre o excesso de barulho e o funcionamento do nosso cérebro. Quanto mais alto forem os ruídos no ambiente, mais o nosso cérebro ficará em alerta, como se estivéssemos expostos a um perigo.

Isso leva a um aumento na secreção do cortisol, o hormônio do estresse, que funciona como uma estratégia de defesa do nosso organismo. Com tanto cortisol circulando é que começam todos os problemas que enumeramos, além de inúmeros outros.

Os problemas desencadeados pelo excesso de barulho

Além do nosso cérebro, existem outras estruturas que sofrem com o excesso de barulho – por isso a lista de problemas é bem grande, como:

  • distúrbios do sono (insônia ou sonolência diurna excessiva);
  • aumento do estresse;
  • perda da capacidade auditiva (se a exposição ao excesso de barulho acontecer por mais de 4 horas ininterruptas, por 20 dias, isso pode resultar na perda de 3% da audição);
  • alterações do humor;
  • irritabilidade excessiva;
  • aumento da frequência cardíaca;
  • surdez;
  • zumbido no ouvido;
  • distúrbios digestivos;
  • falta de concentração;
  • pressão alta;
  • dor de cabeça;
  • fadiga;
  • alergias e infecções.

Para as crianças, o excesso de barulho também pode ser problemático. Afinal, se ele for contínuo e cotidiano, poderá afetar o desenvolvimento cognitivo, trazendo dificuldades de comunicação, atenção e outros problemas.

Conforto acústico e limites de barulho

Para não sofrermos com todas essas questões, existem normas que regularizam o limite de barulho ao qual devemos nos expor, dependendo do ambiente. Isso é o que chamamos de “conforto acústico”. Ele varia em:

  • 35 a 45 dB: enfermaria de hospitais;
  • 40 a 50 dB: sala de aula;
  • 35 a 45 dB: quarto de hotel e dormitório residencial;
  • 45 a 65 dB: escritório com computadores;
  • 45 a 60 dB: pavilhões fechados para espetáculos.

Em relação aos ambientes de trabalho, uma norma importante que deve ser considerada é a NR 15. Ela estipula os limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente e o tempo máximo de exposição dos trabalhadores. O nível de ruído varia de 85 dB a até 115 dB, sendo que o tempo máximo de exposição deste último é de apenas 7 minutos.

Apesar disso, no dia a dia, o nível de ruído recomendável pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de até 50 decibéis. Para se ter uma ideia, existem vários barulhos diários que acabam ultrapassando esse limite, como:

  • barulho de escritório (60dB);
  • liquidificador (75dB);
  • rua com trânsito intenso (85dB);
  • caminhão pequeno acelerando (90dB);
  • britadeira (100dB);
  • show de rock (110dB);
  • avião a jato (120dB).

Perda de audição e o excesso de barulho

Além de todas essas questões, o excesso de barulho é um dos causadores da perda da audição. Existem duas possibilidades nesse caso, a perda de audição induzida por ruído (PAIR) e o Trauma Acústico (TA).

No primeiro, o problema surge pela exposição prolongada ao ruído, como nas questões ocupacionais. O sinal de alerta de que algo não vai bem é o zumbido. Depois, você poderá apresentar ansiedade, insônia, depressão e transtornos de comportamento, até chegar a perda de audição.

No segundo, o problema se dá após uma exposição súbita e intensa a um som muito alto, como nas explosões acidentais, fogos de artifício, tiros etc. Essas perdas acontecem devido à lesões em células não renováveis do nosso organismo – e por isso podem se tornar irreversíveis, havendo a necessidade de uso de aparelhos auditivos.

Como evitar todos os problemas causados pelo excesso de barulho?

Não quer sofrer com todos esses problemas? Então o melhor a fazer é se prevenir. Em casa, existem várias alternativas para reduzir a poluição sonora, especialmente buscando por eletrodomésticos e outros aparelhos com nível reduzido de ruído.

Outro cuidado importante é em relação aos fones de ouvido. Evitar escutar música muito alta com eles é essencial, já que, se a exposição for prolongada, isso poderá causar danos a sua audição.

Se o problema é causado pelos vizinhos, existem leis que impedem essas situações, como o artigo 554 do novo Código Civil. Nele, estão previstas multas aos moradores barulhentos.

Local de trabalho

Mas e o no ambiente de trabalho? Nesse caso, os empregadores precisam se atentar às diretrizes das normas reguladoras, buscando evitar ruídos muito altos e exposição intensa do trabalhador.

Além dos equipamentos de proteção individual, também é importante investir em outras soluções, como os indicadores de níveis de ruídos. Estes aparelhos conseguem captar e medir a intensidade do barulho no ambiente e emitem uma luz em diversas escalas de cores, indicando quando os ruídos estão acima do indicado.

Essa é uma maneira interessante dos próprios colaboradores atuarem na sua segurança. Assim, ao identificarem que o ruído está muito alto, eles podem diminuir o tempo de permanência no local. Os empregadores também precisam ficar atentos a essa informação, buscando soluções que visem amenizar o problema.

A legislação trabalhista também prevê esses casos. Se o trabalhador for exposto a um ruído contínuo de 85 decibéis, a jornada deverá ser de 8 horas. Mas a cada 5 decibéis acima desse limite, a jornada deverá ser reduzida pela metade. Assim, se o trabalhador for exposto a 90 decibéis, por exemplo, ele deverá trabalhar apenas 4 horas por dia.

Como você viu, o excesso de barulho é algo extremamente prejudicial a nossa saúde. Por isso, tanto em casa como nos ambientes de trabalho é essencial monitorar os ruídos, cuidando do nosso bem-estar e saúde.

Gostou deste conteúdo? Compartilhe nossas dicas nas suas redes sociais e ajude seus amigos a entenderem os efeitos nocivos do excesso de barulho!